Taxista curitibano passa café na hora para passageiros
Quase ninguém é capaz de dispensar um cafezinho e boa parte dos brasileiros é apaixonada por essa bebida, que traz vários benefícios para a saúde. Em Curitiba, alguns passageiros têm o prazer de desfrutar um copo de café como cortesia. A cada corrida, o taxista Caio Bohrer, de 28 anos, serve um café fresquinho antes de engatar a primeira marcha, mas o cliente paga apenas o que marca o taxímetro.

O Café no Táxi começou oficialmente em fevereiro do ano passado, quando Caio criou um perfil no Instagram (@cafenotaxi) e carregou o porta-malas do Voyage alaranjado com copos descartáveis, café em grãos, moedor manual, uma aeropress, um porta-filtro cônico, filtros de papel e uma balança de precisão. Recentemente, ele acrescentou uma caixinha de chás para o passageiro que preferir.
Quem embarcar no carro com o prefixo 998 pode escolher, por exemplo, entre um café maturado em barricas de carvalho ou um café fermentado com leveduras para espumante. Sempre que muda a variedade, ele posta nas redes sociais.
Para uma melhor experiência, o recomendado é agendar a corrida. Caio chega cinco minutos antes e o café fica pronto assim que se entra no carro. A cada corrida, um novo processo. Ele extrai cerca de 200 ml de bebida por vez em uma cerâmica, que encaixa no porta-copo do console.

O ritual de passar café é todo feito na lataria do teto: Caio começa pesando 15 gramas de café em grãos, tritura-os com um moinho manual e escolhe o método a ser usado. Escalda o filtro de papel, transfere o pó de café e derrama aos poucos a água com movimentos circulares. Uma garrafa térmica mantém a água a cerca de 90 graus C°, que ele reabastece em pontos espalhados pela cidade: cafeterias, lojas, padarias e em alguns postos de combustível.
Até então, o taxista tinha a bordo um kit menor, para consumo próprio, e o aroma de café recém-moído encantava os clientes. “Quando a pessoa entrava e comentava do cheiro de café, eu oferecia um pouco ou passava outro”, disse. Juntar um serviço ao outro lhe pareceu natural.

Caio é taxista há quatro anos; antes, foi motorista terceirizado. Entre as duas experiências, teve uma incursão no mundo dos cafés especiais ao lado do irmão Cauê Bohrer, de 31 anos, quando aproveitaram a primeira edição do Drink Good Coffee para conhecer cafeterias, métodos de extração e entender do serviço e das características sensoriais da bebida.
Por: Jeniffer Oliveira